Neste local passámos bons momentos há muitos anos e foi também neste moínho que o meu marido, que teria talvez uns oito anos, resolveu empoleirar-se na ponta de uma das velas, deu impulso e subiu agarrado como pôde até meio e acabou por voltar para trás, não dando a volta completa. Quando chegou cá abaixo tinha uma comissão de boas vindas à espera, os pais, para lhe darem o correctivo. Tirando este episódio, foram muitos os momentos agradáveis que aqui passámos, na companhia dos proprietários, compadres dos meus sogros, e do filho que é hoje o dono deste moínho, o Napoleão.
Estivémos aqui mais ou menos há quinze dias, recordando. Hoje já tem nome nesta rua, encontrámos o velhinho curral do porco e sinais de restauro num dos três moínhos deste local que em tempos pertenceram a pessoas da mesma família, por sua vez, moleiros.
Deste ponto se avistam as Ilhas Berlengas, umas vezes com mais nitidez outras nem tanto mas normalmente avista-se bem.
Aqui adorava-se polvo que estava ali tão perto, na Praia do Porto de Barcas. Era só apetecer para o lanche e ía-se apanhar alguns, que se cozinhavam logo de seguida e eram sempre macios.
Ao domingo, era frequente, que a refeição fosse, cozido à portuguesa, com couves da horta, porco e chouriço da última matança e do talho, um pouco de carne de vaca.
Estas memórias, do que presenciámos muitas vezes, deviam ser transcritas para livro, sobre usos e costumes desta terra.
1 comentário:
Olá Isabel!!
Os antigos usos e costumes da Lourinhã e outras zonas saloias são um bom mote para escrever um livro... Sem dúvida!
Porque não abraça essa ideia? Acho que ficaria muito bom!!
Beijinho,
S.Valentim
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